domingo, 4 de abril de 2010
Um começo, um meio, e espero que não seja um fim.
Essa história é de Luiza do Cruzeiro de São Gotardo - Minas Gerais
Minha história não demonstra sequer muito interesse. Não para os outros. Pra mim, não existe definição. Não sei se pode ser um começo, um meio, e espero que não seja um fim. Mas não vem ao caso. Quando nasci, fui abandonada pelo meu pai, e nem sempre meus outros parentes têm a paciência de acompanhar comigo tal batalha que eu espero sempre vencer. Moro no interior do interior de Minas Gerais, bem no interior do Triângulo Mineiro e, no entanto nunca tenho boas oportunidades de ver o Nx. Há anos que tentava sequer vê-los de longe, principalmente o Diego, mas parecia impossível. Até hoje, tive a oportunidade de ir em apenas dois shows, e em um deles, eu comecei a dar um sentido real pra palavra sonho. Dia 16/05/2009, Patos de Minas. Uma hora e tantos minutos da cidade onde eu moro. E um dia após esse, seria o meu aniversário. Cheguei na cidade bem tarde em comparação ao horário em que eu esperava estar lá. Sem informações, idéias.. e quase sem esperanças. Minha mãe estava comigo, tentando fazer com que minha esperança não morresse. Porta de camarim lotada. De costume. Mas não costume pra mim, que nunca tinha visto tudo aquilo de perto, ainda mais relacionado aos meus ídolos. Consegui uma informação ao ouvir uma garota que estava na minha frente conversando sobre as preciosas pulseiras, que dariam acesso ao camarim. E logo menos, o distribuidor das tais se encontrava logo na minha frente, no lugar da garota. Parecia meio óbvio que ele não estava ali pra dar alguma alegria de graça pra ninguém. Mas eu me enganei. Minha mãe o segurou pelo braço, vendo que ele cortaria caminho e disse que como no outro dia seria meu aniversário, eu gostaria que entre anos fosse esse o aniversário em que eu pudesse ganhar o meu maior presente: um abraço do Diego. Não parecia ter convencido e nem comovido ninguém, mas apesar de tudo eu confiava no universo. E este não me decepcionou. O bom moço jogou uma pulseira em minhas mãos, e pronto. Comecei a sonhar. Por fim, chegou minha vez. Minha cabeça rodava, e conseguia dar foco somente aonde estava o Diego. Não consegui acreditar antes de ouvir aquele “OI QUERIDA” daquela voz que eu ouvia apenas nas caixas de som, na televisão e jamais imaginava conseguir alcança-la algum dia. Abri o meu presente e consegui abraços e segundos. Cheguei pra grade (ou melhor, cerca) pra esperar o show. Meia noite, o Diego solta um parabéns. Todos eles, cantando parabéns. Sei que não foi pra mim, mas não importa. Acordei em outro dia comum, mas com a conclusão de que sonhos movem uma pessoa. Ou melhor, força de vontade.. Ou melhor ainda esperança, mesmo que pouca. Encontrei meu oxigênio, e quero voltar a respirar.
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